Positivas x Negativas: Vamos falar sobre as redes sociais?

20:40

Representação de postagem em rede social / Edição por Nathália Oliveira

Discussões em torno do impacto das redes sociais vêm surgindo conforme a vivência em rede digital aumenta, especialmente no século XXI. Davi Correia é professor de sociologia e na entrevista realizada com o #ansiedade falou sobre as redes sociais e seus principais aspectos positivos e negativos.  Ao se tratar dos pontos positivos, o professor acredita que as redes sociais contribuíram com uma maior autonomia na procura dos conteúdos de interesse e também na disseminação da produção. Como exemplo, foi apontado o campo da política, que hoje em dia tem debates, protestos e um compartilhamento maior de informação.

 “As chamadas Jornadas de Junho (2013) fizeram surgir, para citar um caso, uma forte mobilização na internet – que se espelhou nas ruas. Há um monitoramento maior do que se debate atualmente em fóruns de redes sociais, pelos agentes políticos. A força desse tipo de movimentação gerou um protagonismo de outros grupos que via forma tradicional da política foram marginalizados. Isso trouxe uma gama maior de demandas que fomentam mudanças sociais. Vide a força das pautas feministas”, argumenta.

No entanto, Davi relata que ocorre uma certa exacerbação na criação do conteúdo e que cria-se uma bolha, onde as pessoas acabam vendo apenas o que querem, uma vez que cada vez mais, os feeds tornam possível a personalização com a seleção do que a pessoa deseja ver. “O debate político polarizado, vira uma série de trocas de informações (e acusações!) enviesadas pelas crenças ideológicas.” Dessa forma, torna-se cada vez mais distante para um certo tipo de público a realidade de presenciar o que o outro tem a dizer.

O professor aponta que um controle maior nas redes sociais sobre as fake news seria uma mudança importante para um senso mais crítico dos jovens. “Num ambiente onde os jovens entram cada vez mais cedo, é preciso ter um rígido empenho em se dar liberdade para a produção de conteúdo e, ao mesmo tempo, um controle para notícias mal-intencionadas que criam verdade onde há mentiras e achismos” explica.

É interessante nesse contexto citar o debate promovido pela ÉPOCA e Aberje, onde o fenômeno das notícias falsas foi discutido, relacionando principalmente o papel da imprensa de reprimir sua disseminação no período das eleições no ano de 2018. No entanto, o real poder das redes sociais digitais e das fake news ainda não está claro, uma vez que ainda há muito o que ser analisado.

Quando perguntado sobre qual palavra atribuiria para o poder que a comunicação social tem na sociedade, Davi Correia cita o sociólogo pôlones Zygmunt Bauman, que em entrevista (2016) ao El Pais, fala em “armadilha”. No entanto, ele conta que talvez não classifique de uma forma tão dura, pois ainda estamos em descoberta e diversos conceitos ainda têm a possibilidade a aparecer.

Para ler sobre o debate da ÉPOCA, basta clicar aqui.

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